Rejeição a Lula volta a subir e atinge 40%, segundo Datafolha

Avaliação negativa cresce após escândalo no INSS e afeta especialmente a classe média e o eleitorado com ensino superior. Nordeste e baixa renda ainda seguram apoio ao petista.

 

A mais recente pesquisa do instituto Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (13), aponta nova piora na avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o levantamento, 40% dos brasileiros classificam a gestão federal como ruim ou péssima — dois pontos a mais do que os 38% registrados em abril. Já a taxa de aprovação (“boa” ou “ótima”) caiu de 29% para 28%.

 

A recuperação sinalizada na rodada anterior parece ter sido interrompida. A diferença entre aprovação e reprovação, que havia diminuído de 17 para 9 pontos, agora volta a crescer e chega a 12 pontos percentuais. Outros 31% dos entrevistados consideram o governo “regular”.

 

 

O escândalo envolvendo fraudes no pagamento de benefícios do INSS, que derrubou o ministro Carlos Lupi (PDT), é apontado como um dos fatores que contribuíram para o desgaste recente — tema explorado intensamente pela oposição nas redes sociais.

 

Perfil do desgaste

O aumento da rejeição é mais acentuado entre brasileiros com ensino superior completo (aprovação caiu de 31% para 25%) e na faixa de renda entre 2 e 5 salários mínimos (queda de 26% para 22%). Também caiu o apoio nas regiões Sul e Sudeste, onde a avaliação positiva do governo gira em torno de 22% a 25%.

 

Por outro lado, Lula mantém certo fôlego entre os mais pobres: entre quem ganha até 2 salários mínimos, a aprovação subiu de 30% para 32%, e a reprovação caiu de 36% para 33%. No Nordeste, 37% ainda veem o governo como bom ou ótimo — índice bem acima do observado em outras regiões do país.


 Quando a pergunta é sobre o desempenho pessoal do presidente, os dados também são desfavoráveis: 50% desaprovam Lula, contra 46% que aprovam. Em abril, os índices eram 49% e 38%, respectivamente.

 

O levantamento ouviu 2.004 pessoas em 136 municípios, nos dias 10 e 11 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.