Disputa por protagonismo: Prefeito e presidente da Câmara entram em rota de colisão em Concórdia

• Por Douglas Fortes em 13 de Junho de 2025

Bastidores políticos do município dão conta de que a relação entre o prefeito Edilson Massocco (PL) e o presidente da Câmara de Vereadores, Closmar Zagonel (MDB), está longe de ser harmônica. O motivo: protagonismo político.

Nos últimos meses, o vereador Closmar Zagonel tem intensificado seus discursos na tribuna da Câmara destacando o trabalho de captação de emendas parlamentares por parte dos vereadores de Concórdia. Um movimento que, segundo fontes palacianas, estaria incomodando o chefe do Executivo, que prefere centralizar os holofotes sobre os recursos destinados ao município.

Na sessão desta quinta-feira (12), Zagonel voltou ao plenário para reafirmar o papel do vereador como articulador político junto a deputados estaduais e federais. Em um discurso recheado de números, o presidente da Casa destacou valores já empenhados e até pagos, fruto da atuação direta dos parlamentares locais.

“Praticamente todos os vereadores têm emendas para anunciar nos próximos dias”, ressaltou Zagonel. Ele mencionou, entre outras, a liberação de:

• R$ 980 mil via deputada Caroline De Toni (PL), por meio da vereadora Fernanda Dilda;

• R$ 3 milhões por articulação do vereador Cezinha, além de R$ 350 mil do deputado Altair Silva;

 • R$ 6,1 milhões por intermédio do vereador Pegoraro, via deputado Saretta;

• R$ 250 mil do deputado Mauro de Nadal, em pedido do vereador Malacarne;

• R$ 500 mil e R$ 382 mil articulados pelo vereador Chiodini;

 • Equipamentos e recursos liberados pelo deputado Lunelli.

Segundo interlocutores próximos ao governo, o prefeito teria classificado o discurso de Zagonel como “autoelogio forçado” durante uma reunião interna com vereadores da base, o que só aumentou o tom de mal-estar.

A situação se agrava com a possibilidade de ambos – Massocco e Zagonel – disputarem vaga na Assembleia Legislativa em 2026. Se a pré-campanha já começou nos bastidores, a briga por visibilidade também. A impressão de alguns parlamentares é de que a Câmara está sendo empurrada para uma disputa política precoce, enquanto o Executivo tenta conter o avanço dos nomes que podem fazer sombra à figura do prefeito.