Enquanto Concórdia sedia nesta quarta e quinta-feira (12 e 13 de junho) uma etapa da Conferência Nacional das Cidades, debatendo “Caminhos para Cidades Inclusivas, Democráticas, Sustentáveis e com Justiça Social”, a prefeitura anuncia que, a partir de sexta-feira (13) vai liberar o estacionamento de veículos sobre ciclovias e ciclofaixas da cidade.
Na prática, na opinião dos especialistas em mobilidade urbana e trânsito a medida representa o fim da política cicloviária implantada nos últimos anos, com a destinação exclusiva de faixas para ciclistas durante toda a semana. Agora, essas áreas passarão a ser compartilhadas com carros de segunda a sábado, mantendo-se exclusivas apenas aos domingos.
Não se trata de discutir quem está certo ou errado — mas é inegável que abrir mão de estruturas voltadas à mobilidade ativa, especialmente em um momento em que a cidade debate seu futuro urbano, é um sinal claro de retrocesso. É ceder à lógica populista e mercantil em detrimento do planejamento urbano sustentável.
A decisão, além de contraditória com o espírito da conferência, ignora princípios previstos em legislações como o Estatuto da Cidade e a Política Nacional de Mobilidade Urbana, que orientam os municípios a priorizarem o transporte não motorizado e coletivo.
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